Certas
relações são uma busca incessante de provar que somos bons o suficiente para
algo ou alguém. É como se qualquer ato falho fizesse o outro perder interesse. Como se a relação dependesse tanto da gente
que não podemos relaxar. E a gente se acostuma com a dúvida. Acostumamos com a carga. E isso não deveria
ser normal.
O costume
é algo nocivo porque nos faz naturalizar momentos que poderiam ser muito
melhores. O costume faz com que não enxerguemos a total beleza das coisas.
Conviva com uma criança por pouco tempo e irá perceber como o olhar dela é
diferente. Ela acha incrível carretas e trens. Uma criança acha espetacular
como a lua parece a seguir em todo lugar que ela vai. Isso acontece porque tudo
é novidade, ela não está acostumada com aquilo como os adultos estão, tudo é
mágico e leve.
O
que é leve a gente não questiona. O que é leve a gente sente como uma brisa
fresca num dia quente. É como um abraço quando palavras não podem ajudar. É
confortável como nosso próprio travesseiro. Como um chuveiro quente num dia
frio e cansativo. O que é leve não traz dúvidas, mas paz.
Que
se for para estar com alguém seja leve como uma noite na praia com nossa
companhia preferida, que a gente tenha conversas tão gostosas que tenhamos
vontade de morar nelas. Não precisamos sentir como se estivéssemos, o tempo
todo, a espera de algo, na ansiedade de ganhar ou perder.
É tão bom a leveza de um coração que está em paz, sorrimos
também com o olhar, e parece que o universo sorri de volta pra gente.